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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O Navio Branco

Rei Henrique, o Belo Erudito, tinha um filho chamado Guilherme, a quem ele carinhosamente amava. O jovem era nobre e corajoso, e todos esperavam que um dia ele fosse o rei da Inglaterra.

Em um verão, o príncipe Guilherme foi com o seu pai até a França, pelo mar, para cuidar de suas terras. Eles foram recebidos com alegria por todo o seu povo de lá, e o jovem príncipe era tão galante e gentil que era amado por todos assim que o viam.

Mas, finalmente, chegou a hora de retornarem para a Inglaterra. O rei, seus conselheiros e seus cavaleiros partiram cedo naquele dia; mas o príncipe Guilherme e seus amigos ficaram um pouco mais. Foi tão divertido o tempo que passaram na França que eles não tinham pressa de partir.

Então, eles embarcaram no navio que estava esperando para levá-los para casa. Era um lindo navio com velas brancas e mastros brancos que havia sido preparado para esta viagem.

O mar estava tranquilo, o vento era razoável e ninguém pensava em perigo. No navio tudo havia sido arranjado para fazer a viagem agradável. Havia música e dança, e todos estavam alegres e felizes.

O sol já tinha se posto antes que a embarcação de velas brancas estivesse bem distante da baía. Era lua cheia e por isso havia luz suficiente; e antes do alvorecer do amanhã, o mar estreito seria atravessado. E então o príncipe e os jovens que estavam com ele entregaram-se à diversão, à comida e aos prazeres.

As primeiras horas da noite passaram e então ouviu-se um grito de perigo no convés. Um momento depois houve uma grande batida. O navio tinha atingido uma rocha. A água entrava rapidamente. O navio estava afundando. Ah! Onde estavam agora aqueles que tinham recentemente estado tão felizes e de corações livres?

Todos os corações estavam cheios de medo. Ninguém sabia o que fazer. Um pequeno barco foi rapidamente lançado, e o príncipe com alguns dos seus mais corajosos amigos pularam dentro dele. Eles o empurraram enquanto o navio estava começando afundar sob as ondas. Eles seriam salvos?

Eles mal tinham remado dez metros do navio, quando houve um grito entre aqueles que foram deixados para trás.

“Remem para trás”, gritou o príncipe. “É minha irmãzinha. Ela deve ser salva!”.

Os homens não ousariam desobedecer. O barco foi novamente trazido para junto do navio que afundava. O príncipe ficou em pé e estendeu seus braços para sua irmã. Naquele momento o navio deu um grande solavanco em direção às ondas. Um grito de terror foi ouvido, e então tudo ficou em silêncio, salvo o som das água agitadas.

Navio e barco, príncipe e princesa, e todo o alegre grupo que tinha zarpado da França foram ao fundo juntos. Um homem agarrou-se a uma tábua flutuante e foi salvo no próximo dia. Ele foi a única pessoa que sobreviveu para contar esta triste história.

Quando o rei Henrique ouviu sobre a morte de seu filho, seu pesar foi maior do que conseguia suportar. Seu coração estava partido. Ele não tinha mais alegria na vida; e os homens diziam que ninguém mais o viu sorrir novamente.

Aqui está um poema sobre ele que seu professor pode ler para você, e talvez, depois de um tempo, você possa decorá-lo.


Ele nunca mais sorriu outra vez

A nau com príncipe foi ao fundo,
Sob as ondas no abismo profundo;
Que glória tens, ó láurea inglesa,
Se ao rei só deixaste a tristeza?
E por muito tempo ele ainda viveu,
Com o coração ferido, envelheceu.
Morte, os que sofrem tu não vês?
Ele nunca mais sorriu outra vez.

Ao rei ofereceram o suntuoso,
O imponente e o corajoso;
Mas preencher o vazio, o que poderia,
A não ser o filho sob ondas bravias?
O jovem e o belo desfilaram,
Todavia ao rei não deleitaram.
O mar envolvia, do filho, a tez.
Ele nunca mais sorriu outra vez.

Sentou-se ante taças festivas;
Ouviu do menestrel as cantigas;
Ele viu os vencedores coroados
E da roda de cavaleiros honrados:
Um murmúrio de profunda agonia,
Unido ao esforço sem alegria,
Um bramido de ventos se fez.
Ele nunca mais sorriu outra vez.

Manteve o coração em clausura
Sob os votos ditos com candura.
Tomaram o lugar do faltante
Em assembleias exuberantes.
O puro amor banhou com o pranto
O túmulo cujo o mar é o manto.
Novas esperanças vieram, talvez;
Mas...
Ele nunca mais sorriu outra vez. (Mrs. Hemans.)


V história extraída do livro “Cinquenta Histórias Famosas Recontadas” de James Baldwin.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Os Filhos de Guilherme, o Conquistador

Houve uma vez um grande rei da Inglaterra que era chamado de Guilherme, o Conquistador, e ele tinha três filhos.

Um dia o rei Guilherme parecia estar pensando em algo que o fazia se sentir muito triste; e os sábios que estavam ao seu redor perguntaram-lhe qual era o problema.

– Eu estou pensando – ele disse – o que meus filhos podem fazer depois que eu morrer. Porque, a menos que eles sejam sábios e fortes, não conseguirão manter o reino que eu construí para eles. De fato, eu estou desorientado em como distinguir qual dos três deve ser o rei quando eu partir.

– Ó rei – disse os sábios –, se nós conhecêssemos quais coisas teus filhos admiram mais, poderíamos, então, ser capazes de dizer que tipo de homens eles serão. Talvez, perguntando a cada um deles algumas questões, nós possamos descobrir qual deles será o mais adequado para governar em teu lugar.

– Ao menos vale a pena tentar – disse o rei. – Mandai os meninos virem diante de vós.

Os sábios conversaram uns com os outros por algum tempo, e então concordaram que os jovens príncipes deveriam ser trazidos um de cada vez e as mesmas questões deveriam ser perguntadas a eles.

O primeiro a vir à sala foi Roberto. Ele era alto, um menino prestativo, e tinha o apelido de Meias Curtas.

– Senhor – disse um dos homens –, responda-me esta questão: Se, em vez de ser um menino, aprouvesse Nosso Senhor que tu fosses um pássaro, que espécie de pássaro tu gostarias de ser?

– Um falcão – respondeu Roberto. – Eu gostaria de ser um falcão porque nenhum outro pássaro recorda tanto um cavaleiro corajoso e galante.

O próximo a vir foi jovem Guilherme, predileto e homônimo de seu pai. Seu rosto era alegre e rechonchudo; e, porque ele tinha cabelo vermelho, seu apelido era Rufus, ou o Ruivo.

– Senhor – disse um sábio –, responda-me esta questão: Se, em vez de ser um menino, aprouvesse Nosso Senhor que tu fosses um pássaro, que espécie de pássaro tu gostarias de ser?

– Uma águia – respondeu Guilherme. – Eu gostaria de ser uma águia porque ela é forte e valente. Ela é temida por todos os outros pássaros, e por isso é soberana de todos eles.

Finalmente veio o irmão mais jovem, Henrique, com passos tranquilos e uma aparência pensativa e sóbria. Ele havia aprendido a ler e a escrever, e por esta razão seu apelido era Beauclerc, ou o Belo Erudito.

– Senhor – disse um sábio –, responda-me esta questão: Se, em vez de ser um menino, aprouvesse Nosso Senhor que tu fosses um pássaro, que espécie de pássaro tu gostarias de ser?

– Um estorninho – disse Henrique. – Eu gostaria de ser um estorninho porque é bem-educado, gentil e uma alegria para todos que o veem, e ele nunca tenta roubar ou abusar do próximo.

Então os sábios conversaram uns com os outros por algum tempo, e quando eles estavam de acordo entre eles, falaram com o rei.

– Nós descobrimos – disseram eles – que seu filho mais velho, Roberto, será corajoso e galante. Ele fará alguns grandes feitos e um nome por si mesmo; mas no final ele será derrotado por seus inimigos e morrerá na prisão.

“O segundo filho, Guilherme, será tão valente e forte como uma águia; mas ele será temido e odiado por seus atos cruéis. Ele levará uma vida perversa e terá uma morte vergonhosa.

O filho mais novo, Henrique, será sábio, prudente e pacífico. Irá para a guerra somente quando for forçado a fazer isto por seus inimigos. Ele será amado em casa e respeitado fora dela; e morrerá em paz após ter ganho grandes posses.”

Anos passaram, os três meninos cresceram e se tornaram homens. O rei Guilherme estava em seu leito de morte e novamente pensou o que seus filhos se tornariam quando ele partisse. Então lembrou-se do que os sábios tinham dito a ele; e então ele declarou que Roberto teria as terras que ele mantinha na França, que Guilherme seria o rei da Inglaterra e que Henrique não teria nenhuma terra, mas somente um baú de ouro.

Então, no final, aconteceu como os sábios tinham previsto. Roberto, Meias Curtas, era corajoso e destemido, como o falcão que ele tanto admirava. Ele perdeu todas as terras que seu pai havia deixado, e no fim foi lançado na prisão, onde foi mantido até a morte.

Guilherme, o Ruivo, era tão autoritário e cruel que era temido e odiado por todo seu povo. Ele levou uma vida perversa e foi morto por um de seus próprios homens enquanto caçava na floresta.

E Henrique, o Belo Erudito, não ficou somente com um baú de ouro, mas tornou-se o rei da Inglaterra e governante de todas as terras que seu pai tinha na França.


IV história extraída do livro “Cinquenta Histórias Famosas Recontadas” de James Baldwin.

O rei Guilherme foi o primeiro rei normando da Inglaterra e seu reinado durou de 1066 a 1087.

Nota de tradução: “Fair” era um dos elementos complementares favoritos para os vocativos do século XVII. Os personagens de Shakespeare estão constantemente dirigindo um ao outro como: “fair sir, fair lady, fair lord, fair gentlewoman, fair coz, fair one, etc” -
A Dictionary of Epithets and Terms of Address – Por Leslie Dunkling

domingo, 13 de novembro de 2016

O Rei Canuto à Beira-mar

Cem anos ou mais após os dias do rei Alfredo, o Grande, houve um rei na Inglaterra chamado Canuto. O rei Canuto era dinamarquês; mas os dinamarqueses não eram mais tão violentos e rudes como quando estiveram em guerra com o rei Alfredo.
Os homens importantes e os oficiais que ficavam ao redor do rei Canuto estavam sempre o exaltando.
— Você é o mais formidável homem que já viveu — alguém diria.
E outro diria:
— Ó rei! Nunca houve outro homem no mundo tão poderoso como você.
E outro homem ainda diria:
— Grande Canuto, não há nada no mundo que ouse desafiá-lo.
O rei era um homem de bom senso, e ele estava cansado de ouvir esses discursos disparatados.
Um dia, ele estava à beira-mar e seus oficiais estavam consigo. Eles estavam enaltecendo-o, como estavam acostumados a fazer.  O rei pensou que agora ele ensinaria uma lição a eles, e então lhes pediu para colocar sua cadeira na praia perto da borda da água.
— Eu sou o homem mais importante do mundo? — ele perguntou.
— Ó rei — eles responderam —, não há ninguém tão poderoso como você.
— Todas as coisas me obedecem? — ele perguntou.
— Não há nada no mundo que ousa desobedecer-lhe, ó rei! — responderam. — O mundo curva-se diante de ti e lhe dá honras.
— O mar me obedece? — ele perguntou e olhou para as pequenas ondas que lambiam a areia aos seus pés, e continuou:
“Mar, eu ordeno que não mais avances!”
Os tolos oficiais ficaram confusos, mas eles não se atreveriam a dizer “não”.
— Ordene, ó rei! E ele o obedecerá — alguém disse.
— Mar — gritou Canuto —, eu ordeno que não mais avances! Ondas, parem e não ousem tocar meus pés!
Mas a maré veio, como sempre fazia. A água subiu e subiu. Ela veio ao redor da cadeira do rei, e molhou não somente seu pé mas também seu manto. Seus oficiais ficaram em torno dele, alarmados, e imaginando se ele não estava louco.
Então Canuto tirou sua coroa e a jogou sobre a areia.
— Eu nunca mais a usarei novamente — ele disse. — E vocês, homens, aprendam uma lição daquilo que vocês viram hoje: Existe somente um Rei que é todo-poderoso; e é Ele que governa o mar, e segura o oceano na palma de sua mão. E é a Ele que vocês devem louvar e servir acima de todos.


História extraída do livro “Fifty Famous Stories Retold” de James Baldwin.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O Rei Alfredo e o Mendigo

Certa vez, os dinamarqueses expulsaram o rei Alfredo de seu reino, e ele escondeu-se por um longo período em uma pequena ilha em um rio.

Um dia, todos que estavam na ilha — exceto o rei, a rainha e um servo — saíram para pescar. Era um lugar muito solitário, e ninguém conseguia chegar lá, a não ser de barco. Por volta do meio-dia, um mendigo maltrapilho foi até a porta do rei e pediu comida.

O rei chamou o servo e perguntou:
— Quanta comida há na casa?
— Meu senhor — disse o servo —, temos somente um pão e um pouco de vinho.

Então o rei deu graças a Deus e disse:
— Dê metade do pão e metade do vinho para este pobre homem.

O servo fez como lhe foi solicitado. O mendigo agradeceu o rei por sua bondade e seguiu seu caminho.

À tarde, os homens, que haviam saído para pescar, voltaram. Eles tinham três barcos cheios de peixes e disseram:
— Pegamos mais peixes hoje do que em todos os outros dias desde que chegamos a esta ilha.

O rei estava contente, e ele e seu povo estavam mais esperançosos do que jamais haviam estado antes.

Quando a noite veio, o rei não conseguia dormir e pensava sobre as coisas que aconteceram naquele dia. Por fim, ele julgou ter visto uma luz forte como o sol, e no meio da luz havia um homem velho com cabelos negros, segurando um livro aberto nas mãos.

Isso pode ter sido um sonho, mas mesmo assim para o rei isso parecia muito real. Ele o olhou e o admirou, mas não teve medo.
— Quem és tu? — ele perguntou para homem velho.
— Alfredo, meu filho, sê corajoso — disse o homem —, porque eu sou aquele a quem tu deste metade de toda tua comida. Sê forte e alegre de coração e ouve o que eu digo. Levanta-te cedo amanhã e toca tua trombeta três vezes, tão alto que os dinamarqueses possam ouvir. Às nove horas, quinhentos homens estarão à tua volta prontos para serem liderados para batalha. Segue em frente bravamente, e, em sete dias, os teus inimigos serão derrotados, e tu voltarás para teu reino para governar em paz.

Então a luz se foi, e o homem não foi mais visto.

Na manhã seguinte, o rei levantou-se cedo e atravessou até o continente. Então ele soprou sua trombeta três vezes muito alto; e quando seus amigos ouviram, ficaram contentes, exceto os dinamarqueses, que ficaram apavorados.

Às nove horas, quinhentos de seus mais corajosos soldados cercaram-no prontos para batalha. Ele falou e contou-lhes o que tinha visto e ouvido em seu sonho, e quando terminou, todos aplaudiram altivamente, e disseram que o seguiriam e lutariam por ele enquanto tivessem forças.

Então eles foram corajosamente para a batalha, e derrotaram os dinamarqueses, e os expulsaram de lá. E o rei Alfredo governou seu povo bem e sabiamente pelo resto de seus dias.


História extraída do livro “Fifty Famous Stories Retold” de James Baldwin.

Nota: James Baldwin nasceu em Indiana nos Estados Unidos e tornou-se educador. Em 1896 ele escreveu Fifty Famous Stories Retold. Foi um dos autores de livros escolares para crianças mais produtivos no final do século 19 e do início do século 20.

Saiba um pouco mais em: https://en.wikipedia.org/wiki/James_Baldwin_(editor_and_author)

Zaqueu, a CNBB e a PEC do Teto

Artigo assinado por nós, publicado na Gazeta do Povo de hoje, traz afirmações como: "Ninguém discute que se deve cortar gastos quando não se tem mais condições de pagar por eles. A única exceção é quando não se pretende pagar a conta. Quando o objetivo é gastar para depois não pagar, então que se gaste sem freio. Mas não quero crer que a CNBB esteja propondo isto – afinal, o Evangelho é claro: “Dai a César o que é de César”." e "A Igreja precisa ser profeta onde pode ser profeta, e não emitir notas que parecem querer jogar para a torcida".


Paulo Cesar Starke Junior

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

O Rei Alfredo e os Bolos

Há muitos anos, vivia na Inglaterra um rei bom e sábio que tinha o nome de Alfredo. Nenhum outro homem havia feito tanto por seu país como ele, e as pessoas de hoje, no mundo inteiro, o chamam de Alfredo, o Grande.

Naquele tempo, um rei não tinha uma vida fácil. Havia guerras quase o tempo todo, e nenhuma outra pessoa conseguia liderar o exército na batalha tão bem como ele. E assim, entre as lutas e o governo, ele ficava de fato muito ocupado.

Um povo violento e rude, chamado dinamarquês, veio pelo mar e estava lutando contra os ingleses. Havia tantos deles, e eles eram tão corajosos e fortes, que por um longo período eles ganharam todas as batalhas. Se eles continuassem, logo seriam os governantes do país inteiro.

Finalmente, depois de uma grande batalha, o exército inglês estava espalhado e acabado. Cada homem tinha que se salvar por si só da melhor maneira que pudesse. O rei Alfredo fugiu sozinho, com grande pressa, através das florestas e dos pântanos.

Depois, naquele mesmo dia, o rei foi para uma cabana de um lenhador. Ele estava muito cansado e faminto, e implorou à esposa do lenhador para dar a ele algo para comer e um lugar para dormir na sua cabana.

A mulher estava assando alguns bolos no forno, e olhou com compaixão para o pobre maltrapilho que parecia tão faminto. Ela não tinha ideia que ele era o rei.

— Sim — ela disse. — Eu lhe darei uma ceia se você cuidar destes bolos. Eu quero sair e ordenhar a vaca, e você deve atender para que eles não queimem enquanto estou fora.

O rei Alfredo estava disposto a cuidar dos bolos, mas ele tinha coisas muito maiores para pensar. Como ele iria reunir seu exército novamente? E como ele iria expulsar os violentos dinamarqueses de sua terra? Ele esqueceu sua fome. Ele esqueceu os bolos. Ele esqueceu que estava na cabana do lenhador. Sua cabeça estava ocupada fazendo planos para o dia seguinte.

Em pouco tempo a mulher estava de volta. Os bolos estavam queimando no forno. Eles estavam torrados. Ah! Quão brava ela ficou!

— Seu preguiçoso — ela gritou. — Veja o que você fez! Você quer algo para comer, mas não quer trabalhar!

Contaram-me que ela até bateu no rei com uma vara, mas eu não acredito que ela era tão má.

O rei deve ter rido em seu pensamento por ser repreendido daquela maneira, e ele estava com tão faminto que não se importou tanto com as palavras duras da mulher quanto pela perda dos bolos.

Eu não sei se ele teve algo para comer naquela noite, ou se ele teve que ir para a cama sem jantar. Mas não passaram muitos dias até ele reunir seus homens novamente e derrotar os dinamarqueses na grande batalha.

História extraída do livro “Fifty Famous Stories Retold” de James Baldwin.

Notas:
O rei Alfredo governou a Inglaterra de 871 até 899.

O poema “The Ballad of the White Horse” de Chesterton narra como o rei Alfredo conseguiu expulsar os dinamarqueses na batalha de Edington.

O filme “Alfred the Great” de 1969 narra a luta de Wessex para expulsar os invasores.

Leia mais sobre o rei Alfredo em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Alfredo_de_Wessex

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Matrimônio, marca da eternidade

Artigo nosso publicado na Gazeta do Povo de 24/06/2016. Acesse no link: http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/matrimonio-marca-da-eternidade-8ovzb5xbsy4a1paahyysyzv7w

Texto completo:

Dias atrás, o papa Francisco chamou a atenção por ter falado algo que todos os católicos já sabem: que os sacramentos da Igreja só podem ser considerados válidos mediante alguns requisitos prévios. No caso do matrimônio, por exemplo, o sacramento pode ser considerado nulo desde o início caso um dos cônjuges falte com a verdade quanto ao desejo de permanecer casado por toda a vida ou de ter filhos.

O papa dizia que nossa atual cultura é do provisório e do descartável, e que, nascidos e criados em meio a essa cultura, mesmo buscando o sonhado matrimônio por toda a vida, alguns casais não têm condições de firmar compromissos duradouros de forma consciente. Até há boa vontade dos cônjuges, mas a falta de plena consciência do propósito firmado pode tornar o matrimônio nulo desde seu início.

Penso que o papa está certo em alertar-nos para isso. Mas também penso que somos capazes de tomar consciência desse problema e trabalhar para que cada vez mais casais cheguem ao matrimônio sabedores do seu real significado e das implicações de sua decisão de casar sacramentalmente. Nesse sentido, a Igreja e a Pastoral Familiar têm um grande desafio ao se propor a anunciar que a cultura do descartável e do provisório deve ser substituída por uma verdade única, permanente e imutável, capaz de dar sentido sobrenatural à união entre um homem e uma mulher.

Por mais que nossa ciência, limitada e mutante em si mesma, às vezes insista que não há uma verdade absoluta, que tudo o que sabemos é provisório, sabemos, no nosso íntimo, haver algo que ultrapassa a nós mesmos, maior do que podemos processar em nossa inteligência. Tanto é assim que muitos buscam o matrimônio católico sem nem mesmo compreender bem o significado dos sacramentos da Igreja. Atribuo esta busca à necessidade de reconhecimento social, à cultura ocidental, até a um sonho carregado de romantismo, mas, especialmente, ao desejo por algo mais que possa contribuir com a realização do desejo de que o amor do casal seja “até que a morte os separe”.

Sejamos crentes ou não, temos uma sede de infinito, percebemos e buscamos sempre o sentido transcendente da realidade. Só isso já é suficiente para não excluirmos a possibilidade de existirem valores que são imutáveis, independentemente dos fatores externos ou da história. São esses valores definitivos que podem marcar nossas escolhas.

É isso o que acontece com o matrimônio. A real compreensão do significado do matrimônio, de seu valor definitivo, permite que eu seja capaz de dizer um “sim” eterno e mantê-lo todos os dias até minha morte, mesmo em meio às dificuldades cotidianas e fragilidades, numa renovação constante do amor integral que dou a alguém que escolhi e que me escolheu.

Uma coisa tão provisória como um “sim” pode se tornar definitivo porque é sinal, porque está revestido de um significado transcendente de alguém divino que nos ama infinitamente, como uma mãe ama seus filhos, como um pai ama seus filhos, como um marido deve amar sua esposa e vice-versa.

Mesmo em um mundo que cultua o provisório, posso, sim, ter a definitiva decisão de amar minha esposa todos os dias, nas conquistas e nas fragilidades, alegrias e tristezas. Para isso, preciso mirar na eternidade, na Verdade que transcende nossas existências finitas, na Ressureição de Cristo que vem depois da cruz. Apenas dessa forma posso viver o sacramento do matrimônio de forma a alcançar a plenitude da vida e do amor.

Paulo Cesar Starke Junior, casado há 16 anos, é membro da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Curitiba.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Família Starke: quantidade de filhos.

A senhora que vocês vão ver neste vídeo é minha avó e madrinha. Meu pai também está nele! Apareceram várias fotos da minha infância! 😃 Mas, diferente do foco da notícia, nós tivemos 4 filhos!!! 😉

Reportagem foi veiculada no dia 07/06/2016 na RPC (Globo no Paraná).

Acesse no link:

http://g1.globo.com/pr/campos-gerais-sul/paranatv-1edicao/videos/t/edicoes/v/de-cinco-decadas-pra-ca-as-familias-reduziram-70-o-numero-de-filhos/5076818/

Paulo Cesar Starke Junior

domingo, 29 de maio de 2016

Participação no Programa "Empreendedores Católicos"

Minha participação no programa Empreendedores Católicos da TV Evangelizar, no sábado dia 28/05/2016, com o jornalista Everton Barbosa (canal 16 em Curitiba).


terça-feira, 3 de maio de 2016

Programa SIM À VIDA

Participei do programa SIM À VIDA, com o Padre Silvio Roberto, na TV EVANGELIZAR. Falei sobre nossa história na Pastoral Familiar e, especialmente, sobre nossa paternidade e maternidade, sobre a Ane e sobre a Doce Luz!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Mais amor para os “sub-humanos”


Nosso artigo publicado nesta terça, 02/fev/2016, na Gazeta do Povo!

"A microcefalia se tornou o terror do momento. Até parece que agora é proibido pensar em engravidar, pois coisas terríveis e um futuro macabro esperam os pais que se arriscarem neste momento a planejar o aumento de sua família (não estou dizendo que todas as famílias não possam adiar um pouco seu plano de engravidar, mas a motivação não pode ser o medo)."

...

"Sou pai de criança especial: uma menina com Síndrome de Angelman, que também tem sua circunferência da cabeça um pouco menor que a grande maioria, e por nada neste mundo quero perdê-la. Dou minha vida para que ela viva na sua fragilidade e dê muita alegria a este mundo por tudo que ela é e também não é."

Leia a íntegra do artigo em http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/mais-amor-para-os-sub-humanos-1dd1ds0fylf4mo8wdynpgf0mo.

Paulo Cesar Starke Junior

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Entrevista ao programa Café Teológico

Minha conversa com Sérgio Silva, no Programa Café Teológico, em 22/11/2015:



Paulo Cesar Starke Junior