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quinta-feira, 29 de março de 2012

Inclusão e Amor

A “Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes”, da ONU, de 1975, afirma:

“1 - O termo "pessoas deficientes" refere-se a qualquer pessoa incapaz de assegurar por si mesma, total ou parcialmente, as necessidades de uma vida individual ou social normal, em decorrência de uma deficiência, congênita ou não, em suas capacidades físicas ou mentais.

2 - As pessoas deficientes gozarão de todos os diretos estabelecidos a seguir nesta Declaração. Estes direitos serão garantidos a todas as pessoas deficientes sem nenhuma exceção e sem qualquer distinção ou discriminação com base em raça, cor, sexo, língua, religião, opiniões políticas ou outras, origem social ou nacional, estado de saúde, nascimento ou qualquer outra situação que diga respeito ao próprio deficiente ou a sua família.

3 - As pessoas deficientes têm o direito inerente de respeito por sua dignidade humana. As pessoas deficientes, qualquer que seja a origem, natureza e gravidade de suas deficiências, têm os mesmos direitos fundamentais que seus concidadãos da mesma idade, o que implica, antes de tudo, o direito de desfrutar de uma vida decente, tão normal e plena quanto possível.

... (e segue)”.

Nossa filha Ane tem sua dignidade preservada, tem saúde, tem lazer, tem sua família, tem brinquedos, tem momentos de choro, tem momentos de traquinagem, tem tudo o que é necessário para desenvolver-se como pessoa porque a família dela tem proporcionado isto para ela.

Nós só não somos capazes de dar uma escola para ela, onde ela possa ser “incluída” socialmente e aprender o que for possível.

O que é inclusão social para uma criança como ela? Na nossa visão, para a Ane, é tão somente ter direito a uma escola que seja capaz de ajuda-la a desenvolver-se cognitivamente até seu máximo, até onde é possível, e que seja capaz de deixá-la socializar-se.

Só isto precisamos do Estado ou de escolas privadas, mais nada.

E isto nós não temos.

O Estado discursa a inclusão, mas nem ele nem as escolas privadas conseguem fazê-lo. E vou dizer o motivo para todos vocês. Porque querem complicar algo que é muito simples. Dão um nome pomposo (Inclusão Social) para algo que chamamos simplesmente de AMOR.

Nossa filha só precisa ser amada pelas pessoas que trabalham com ela. Não precisa de mais nada! Se fosse amada, os profissionais a ajudariam a extrapolar seus atuais limites de socialização. Se a amassem, poderiam descobrir a forma como ela aprenderia mais.

Mas não amam, preferem incluir, e não conseguem nada!

Paulo Cesar Starke Junior

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