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domingo, 29 de janeiro de 2012

Esperar!

No Beach Park (Ceará) há um brinquedo que chama, em especial, a atenção dos observadores: muitas pessoas param e "esperam" um grande balde de água virar sobre suas cabeças. Eu mesmo parei diversas vezes para esperar o banho. Ocorre que a ducha que ali se toma poderia ser tomada em outros brinquedos sem ter que esperar, mesmo assim, nestes, não se amontoavam as pessoas, mas no "balde" havia momentos que muitas pessoas se juntavam, bem juntinhas, para tomar a enxurrada.

Tenho para mim que a graça e o sucesso do brinquedo está no esperar. Quando criamos expectativas positivas vivemos intensamente o momento esperado. Talvez por este mesmo motivo as pessoas com atitudes positivas são tão valorizadas nas empresas, em detrimento a profissionais, às vezes mais capacitados, cujas atitudes são, na maioria das vezes, para esperar o pior. As que tem atitudes positivas também tem altas expectativas. Tem esperanças... trabalham e esperam positivamente na certeza de alcançar.

Os três primeiros meses de gravidez da Maria Clara foram de muita espera para mim e para a Angela. Como nosso terceiro filho morreu nos três primeiros meses de gestação, e como desejamos de forma intensa o nosso bebê, foi impossível não nos depararmos com a dúvida e com o medo.

Uma objeção normal e santa, mas que nos fez receber de Deus a graça de dizer sim em cada momento destes três meses em que esperávamos e de confiar muito na sua ação de Pai e na ação de Maria, nossa Mãe.

Poderíamos ter deixado o medo e a dúvida nos dominar e nos calar, mas o esperar positivamente é que esteve presente. Silenciamos diante daquilo que não entendemos, mas não nos calamos diante da graça da vida.

Por diversas vezes nestes três primeiros meses nós corremos para debaixo da graça e esperamos positivamente tudo que Deus derramou em nossa vida. E cada vez que ele nos banhou nós rimos muito, nos divertimos, nos engrandecemos com a vida e com a boa nova!

A esperança não se cala, ela quer sair do nosso peito! Assim como a fé e o amor! Quando temos fé, esperança e amor, não somos capazes de controlar, de segurar o que é maior que nós mesmos! Afinal, vem de Deus, fonte de toda fé, esperança e amor*!

Paulo Cesar Starke Junior

* Fé, Esperança e Amor são as três virtudes teologais. Segundo o CIC (Catecismo da Igreja Católica), parágrafo 1813, "as virtudes teologais fundamentam, animam e caracterizam o agir moral do cristão, informam e vivificam todas as virtudes morais. São infundidas por Deus na alma dos fiéis para os tornar capazes de proceder como filhos seus e assim merecerem a vida eterna. São o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano".

domingo, 1 de janeiro de 2012

Santa Mãe de Deus

Ontem fomos à Celebração da Eucarístia, ao findar 2011 para agradecer, e ao iniciar 2012 para consagrar. A liturgia católica cumpre o seu propósito de reavivar continuamente nossa fé. Iniciamos e terminamos o ano celebrando a maternidade, maternidade de Maria, a Mãe de Deus!

Toda a criação louva a maternidade e gira em torno dela. Foi o grande dom que Deus entregou à humanidade. Ser capaz de gerar a vida e cuidar dela. Repetir a criação todos os dias, em cada atitude formar, moldar a vida para que Deus possa receber este presente de nós, seus filhos. As mães são a sublime criação divina, pois foram elas que o Senhor desejou criar. E são elas, somente elas, que são capazes de presentear a Deus, pois somente elas dão a Deus o que Ele quer: filhos que sabem amar!

Glória a Deus nas alturas! É o que podemos fazer diante da maternidade! É o que os anjos fazem quando estão diante das mães!

Cada dia de uma mãe é um brado de Glória a Deus na Terra!

Cada palavra silenciada de uma mãe é um gesto de louvor a Deus!

Cada palavra proferida é uma profecia em nome de Deus!

Cada dor sofrida é um sacríficio em expiação da nossa fraqueza humana!

E cada sorriso é um cantar o grande poder divino existente em cada filho gerado no ventre de uma mãe como Maria!

Obrigado à minha mãe Elizete por tudo que me ensinou! Obrigado à minha Angela por tudo que me tem ensinado. Obrigado por me permitir ser pai! Obrigado por moldar minhas filhas e lhes dar a vida comigo!

Obrigado, minha Mãe Maria, por se dar a mim em minhas fraquezas.

A maternidade é o único dom que a humanidade precisa para aprender a amar em verdade!

Louvado seja Deus por todos os dias o sol brilhar e permitir que as mães vivam para que todos nós possamos viver!

Santa Mãe de Deus, nesse primeiro dia do ano, dia dedicado à Senhora, e por todos os dias de 2012, sede nossa Mãe!

Paulo Cesar Starke Junior

O Silêncio de Zacarias

Zacarias é o pai de João Batista, aquele que foi o precursor de Jesus Cristo, a voz que gritava no deserto! Zacarias era sacerdote judeu. Não tinha filhos e, quando já era velho, foi-lhe dado o rebento esperado.

O que ele foi capaz de fazer diante do dom de ser pai? Silenciou. Silenciou talvez por lhe faltar a capacidade de entender os planos de Deus.

Muito mais do que ficar mudo ou surdo, Zacarias, de quem se esperava, por ser sacerdote, grande eloquência na oratória, só foi capaz de silenciar. Foi o dom que Deus lhe deu naquele momento.

Na nossa quarta gravidez, o silêncio é um dom que estamos experienciando e recebendo de Deus.

Diante do insondável, diante do que não temos controle, daquilo que não somos capazes de compreender, o silêncio é o que aprendemos.

Deus meu! Quanta vida no esperar em silêncio aquilo que não podemos ver! Quanta alegria no descobrir sua graça em nossa capacidade de ser pai e mãe novamente!

Quando engravidamos pela terceira vez e, no terceiro mês, descobrimos que a Doce Luz já não mais vivia, nos deparamos novamente com a ação de Deus e com o insondável, o mistério da vida!

Agora, na gestação da Maria, nossa quarta gravidez, parece que cada célula que se formava era um mistério enquanto esperávamos pelo desvendar de seu desenvolvimento. E precisávamos esperar, silenciar diante daquilo que não temos compreensão e nem ação. Somente silenciamos diante da obra de Deus!

Quando, enfim, com 13 semanas, pudemos de novo ver seu coração batendo e como se desenvolvia, parece que de novo recebíamos a notícia: vocês são pais! Vocês são meus escolhidos! Recebam a Maria e cuidem dela para mim!

Deus meu! Grande, enorme é nosso louvor em nosso silêncio, até sermos capazes de poder dizer: Seu nome é Maria, Maria Clara!

Louvamos sua ação Senhor e te bendizemos pela vida em nossa vida! Pelo dom da paternidade e da maternidade. Pelo silêncio e em silêncio, te louvamos minuto a minuto, em cada inspiração, em cada sopro Seu em nossas narinas!

Que o mundo silencie diante de sua obra! Que o mundo silencie diante da vida. Ela é insondável como foi o mistério de João Batista para Zacarias, seu pai!

Peço-te silêncio, Deus meu!

Paulo Cesar Starke Junior