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domingo, 21 de março de 2010

Coragem de sonhar - uma história

Passaram mais de 15 anos desde que escutei e meditei pela primeira vez a música “Coragem de Sonhar” do Padre Zezinho.

Confesso que quando eu tinha por volta de 15 anos esta música me fez chorar algumas vezes porque eu realmente tinha perguntas que, parecia, ninguém sabia responder. E tinha sonhos que, talvez, só um adolescente poderia ter. Sonhos tão grandes quanto o Pelé voltar a jogar e quanto Airton Senna voltar a correr. Que bom que eu assim sonhava... foi esta história que ajudou a formar o que sou.

Quando eu completei 20 anos eu realmente sabia todas as respostas. Nossa!, tomei decisões tão importantes para minha vida porque tive coragem de responder a questões que, no meu caso, já duravam mais de uma década. E briguei com o mundo... porque ele precisa ser diferente! E hoje vejo como é bom ter coragem de lutar... é por meio desta que conquistamos vitórias que, penso, são para toda a vida!

Hoje tenho 30 anos e nesta semana escutei novamente a velha música que acompanha minha história. Hoje sei que não tenho todas as respostas, talvez nenhuma... E tenho tantas perguntas... já não mais como de outrora. Creio que são perguntas eternas, que só a justiça pode responder.

Talvez o Padre Zezinho diga que estas perguntas são um grito preso na garganta, mas eu vou dizer que minha garganta, hoje, não prende grito algum. Porque quando é a minha vez, eu falo... e vou lutar pela justiça que todos nós, com 30 ou mais, queremos, mesmo que aquilo que já conquistei possa se perder, afinal, o que daqui levamos senão o que guardamos no coração, nosso e do próximo?

Talvez o Padre Zezinho esteja certo quanto a eu não ter mais ilusões, mas não está certo quanto aos sonhos... eu tenho muitos! Não são mais como os de outrora... são sonhos que eu posso alcançar com os pés no chão e com o olhar para frente.

São sonhos concretos pelos quais eu só preciso trabalhar, e tijolo após tijolo construir uma catedral. E não há tijolo, até agora, que eu pense em deixar de lado.
Só resta saber o que terei coragem de falar e escrever aos quarenta, aos cinqüenta... Até lá, vou, dia após dia, fazer minha fotossíntese e me renovar para que a idade de 30 anos descrita pelo Padre Zezinho nunca chegue.

Paulo Cesar Starke Junior, maio de 2008.

2 comentários:

  1. Gosto de ouvir o Pe. Zezinho, não pela musicalidade, nem pela voz dele, mas pela letra. É como uma conversa ao pé-de-ouvido, um sermão ou uma aula de catequese. A minha música preferida é "Águia pequena". Me identifico com ela.

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  2. Para que termos respostas se temos as perguntas?
    As mudanças, e consequentemente a melhora do mundo, depende unicamente das perguntas...
    "e ao chegar o fim do dia, eu sei que dormiria muito mais feliz" (Pe. Zezinho). Dormiria mais feliz porque fiz mais perguntas...

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