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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Paternidade: marca indelével na alma

Aprendemos na catequese que três dos sete sacramentos (Batismo, Crisma e Ordem) conferem, além da graça, um caráter sacramental ou selo pelo qual nós participamos do sacerdócio de Cristo. Esta marca, realizada na nossa alma, é deixada pelo próprio Espírito Santo e é uma marca que não se pode apagar.

Aprendemos também que todos fomos criados à Imagem e Semelhança de Deus, ou seja, todos somos chamados à vida já com uma marca que não pode ser apagada: somos imagem do nosso Criador.

Cientificamente, também já aprendemos que nós somos marcados geneticamente em nossa concepção. Estas marcas nos caracterizam e não podem ser apagadas ou alteradas. São a nossa carga genética (DNA). São para toda nossa vida.

Há ainda, a meu ver, outra marca indelével que recebemos ao nascer: somos filhos. Somos todos filhos, e não filhotes nem crias. Ai do ser humano que não é filho: não passará da brutalidade inerente de nossa natureza animal.

Talvez recebamos também outras marcas indeléveis (que não podem ser apagadas) durante nossa primeira infância, durante nossa educação, seja de nossos pais seja do ambiente onde vivemos. Para estas digo talvez porque já não sei se podem ou não ser apagadas.

O que sei é que depois do nosso DNA, de ser imagem e semelhança do Criador, de ser filho e dos sacramentos do Batismo e da Confirmação, tenho certeza que recebi ao menos uma nova marca indelével: eu sou PAI.

Esta marca não pode ser tirada mais. É para sempre. Sou PAI e, consequentemente, sou um pouco mais imagem de Deus.

E, aproveitando-se das palavras do Pe. José Kentenich sobre São Paulo, como PAI sou um homem duro como diamante mas repleto de ternura.

Sou filho, homem, pai e cristão. Tudo em função das marcas indeléveis que recebi de Deus. E cada uma destas marcas exigem de mim respostas. Encontro nelas a razão do meu ser e com elas sou capaz de responder à Vida, sou capaz de sonhar, de idealizar, de querer.

No meu encontro com Deus dou respostas às minhas marcas:
- como homem me coloco integral e livre para glorificar a Deus;
- como filho fui amado e aprendi a amar;
- como pai me faço imagem e semelhança de Deus para minhas filhas;
- e como cristão batizado e crismado sou servo da humanidade.

Que, agora, o sacrifício seja meu meio de construir um santuário sobre as ruínas do meu ser.

Paulo Cesar Starke Junior

4 comentários:

  1. Querido Paulo,
    Gostamos muito do seu texto, PARABÉNS! E deixamos aqui mais algumas palavras do Pe. José Kentenich sobre este assunto: "Não há nada maior e mais belo para um autêntico pai do que poder dizer: minha imagem tornou-se para meu filho a imagem ideal de Deus. Eu me esforcei, pelas minhas ações e por meu procedimento, por imprimir em meu filho a imagem do pai, a imagem de Deus e, deste modo, meu filho tem agora um conceito verdadeiro, sadio de Deus. Nada mais belo posso dar a meu filho para a sua vida do que esta verdadeira imagem de pai." Um forte abraço, Marcus e Simoni Bilhão

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  2. Estimados amigos Marcus e Simoni

    profundas e verdadeiras estas palavras do nosso Pe. José Kentenich. Muito obrigado!

    Paulo

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  3. Junior certamente ser Pai deixa marca profunda e Eterna. Ouso dizer que você tem ainda outra marca indelével e irrevogável : ser esposo!
    Forte abraço Alexandre Rossi

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  4. Querido Alexandre, da mesma forma que você: um grande esposo e um grande pai!

    Embora o matrimônio não seja um sacramento que confere uma marca "indelével" porque ele se acaba com a morte (até que a morte os separe!), possivelmente muitos de nós sejamos chamados a ser esposos por toda a eternidade!

    É uma graça do Espírito Santo!

    Paulo

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