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domingo, 21 de outubro de 2012

Lembranças que tenho de meu pai

Se medimos a qualidade do que aprendemos pelas lembranças que carregamos de nossa infância, minha balança pende muito para aquilo que temos de melhor em paternidade:

- da minha idade mais tenra, lembro da viagem que fiz de ônibus com meu pai para São Paulo. Já na ida ganhei um chocomilk numa embalagem em forma de pirâmide. Acho que foi o melhor chocomilk da minha vida;

- lembro dos dias antes do meu aniversário de 5 anos, quando ganhei uma carreta Volvo do meu avô Altamir; eu estava na carroceria da Kombi que meu pai dirigia quando pensei que vi a roda do caminhão. Depois vi o caminhão escondido dentro do guarda-roupa do meu pai. Minha expectativa era muito grande;

- lembro do meu pai lavando louça quando íamos acampar com meu vô. Acho que meu pai lavava louça só quando minha mãe estava ausente, mas ele não somente lavava a louça: fazia tudo por nós, como minha mãe. Minhas melhores lembranças da figura paterna são de momentos em que eu estava só com meu pai;

- lembro das vezes que brincava de pular em cima do meu pai com almofadas. Muito raramente conseguíamos fazer isto durante o Jornal Nacional;

- lembro do carrinho Máximus que meu pai não comprou para mim e meu irmão;

- lembro do esforço do meu pai para comprar minha Caloy Cross;

- lembro quando meu pai chorou me abraçando;

- lembro de eu estar em uma Kombi vendendo camarão com meu pai;

- lembro de uma vez em que estávamos pescando eu, meu pai e meu avô, os três num barco no Rio Tibagi. Eu estava no meio do barco, meu pai numa ponta e meu avô na outra ponta. Eu tentava pescar, meu pai não pescava nada e meu avô tirava um peixe atrás do outro. Meu pai pediu para trocar de lugar com meu avô. Continuou a mesma coisa: meu avô pescava e meu pai não pegava nada. Trocaram de vara e... nada. Mudaram o barco de posição, e tudo continuava igual. É a experiência!

Acho que comecei bem!

Paulo Cesar Starke Junior

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